Pombo Viajante

Ectopistes migratorius

 

Pombo Viajante, aqui em pose natural mas ainda assim empalhado

Viveu no Norte da América, em bandos que, na época da reprodução, chegavam a demorar 3 dias a passar (à média de 3 milhões/hora). Este facto tornava-os, provavelmente, a ave mais abundante do mundo à época. 

Era caçado, tanto por desporto, como para alimento, tornando-se um negócio extremamente rentável (um comerciante comunicou a venda de 300000 (!?!) indivíduos num só dia).

Quando o último grande bando se reuniu, foram caçados cerca de 250000 adultos e outras tantas crias foram deixadas à morte. Esse último carregamento de carne nunca chegou ao destino pois o comboio que o transportava descarrilou e a carne foi deixada a apodrecer.

O último pombo selvagem foi abatido em 1900 (cerca de 40 anos após o início da sua caça) e o último em cativeiro morreu em 1914.   TOPO

 

Quagga

Equus quagga quagga

 

A última Quagga, num jardim zoológico

Viveu na África do sul, onde enormes manadas destes animais percorriam as savanas, antes da colonização ocidental as requisitar para a agricultura e para o gado.

 Era considerado muito chique usar zebras quagga como animais de tracção nas charretes de personalidades importantes da zona, devido ao seu invulgar aspecto mas comportamento dócil.

Em cerca de meio século estes belos animais desapareceram, tendo o último sido abatido na natureza em 1878. Em jardins zoológicos pouco mais tempo sobreviveram, tendo o último morrido em 1883.  TOPO

 

Lobo da Tasmânia

Thylacinus cynocephalus

 

Viveu na Austrália e representa um dos casos mais difíceis de aceitar, pelos seus contornos quase ridículos.

Acusados pelos fazendeiros e criadores de ovelhas da Tasmânia de atacarem as ovelhas, foram caçados, por ordem governamental, até á extinção.

A ironia da situação resulta do facto de este carnívoro marsupial não ser o responsável pela morte das ovelhas, mas ter sido apenas vítima da sua semelhança com os lobos placentários. 

O último lobo da Tasmânia selvagem foi abatido em 1930 e o último morreu em cativeiro, no jardim zoológico de Hobart, em 1936. Como corolário desta história trágica, em 1936 o governo australiano reconheceu o erro da acusação aos lobos da Tasmânia e passou a protege-los por lei, multando pesadamente quem os matasse (!?).  TOPO

O último Tilacínio, lobo ou tigre da Tasmânia, fotografado no jardim zoológico de Hobart Lobo da Tasmânia, o vil caçador de ovelhas (!?)

 

Tigre de Bali

Panthera tigris balica

 

Extinta nos anos 30 (pensa-se que o último tigre de Bali terá sido morto em 1937), é uma de 3 subespécies que desapareceram nos últimos 70 anos, como se pode ver no quadro seguinte. 

Deve ser salientado que as restantes populações se encontram igualmente criticamente ameaçadas, não havendo uma ideia precisa de quais delas não estarão já extintas neste momento.  TOPO

Tigre de Bengala 3030
Tigre da Indochina 1180
Tigre da Sibéria 162
Tigre do Sul da China 20
Tigre de Sumatra

400

Tigre do Cáspio

Extinto (1970)

Tigre de Java

Extinto (1980)

Tigre de Bali

Extinto (1940)

Tigre de Bali foi uma das primeiras subespécies a extinguir-se Distribuição histórica e actual das várias subespécies de Tigre
Dodó

Raphus cucullatus

 

Dodó, novamente muito natural não fosse ser empalhado ...

Por muitos considerado o símbolo da acção do Homem na Terra, o pássaro Dodó vivia nas Ilhas Maurícias e não voava. Estas pacíficas aves foram massacradas pelos marinheiros de passagem aos milhares, até que, em menos de 200 anos, nenhuma restava. A última foi morta em 1681. 

Esta situação serve também de aviso para o facto de que nenhuma espécie está isolada num ecossistema, pois foi recentemente notado que nenhuma árvore Calvaria, endémica das ilhas, tem menos de 300 anos. Este facto, juntamente com as numerosas sementes da árvore encontradas em esqueletos de Dodós, mostra que a semente deveria necessitar da passagem pelo tubo digestivo do animal para germinar. 

Assim, não apenas uma mas duas (pelo menos) espécies foram extintas em 1681, apenas num dos casos ainda não morreram todos os indivíduos.   TOPO

Rã dourada

Bufo periglenes

Rã Dourada

É sabido que os anfíbios são muito sensíveis ao ambiente que os rodeia, devido à sua pele nua e modo de vida. 

O seu declínio em todo mundo tem sido seguido com grande preocupação pelos cientistas, que o consideram um claro sinal dos desequilíbrios causados pela acção humana nos ecossistemas. 

A bela rã dourada habitava a floresta tropical da Costa Rica, zona aparentemente intocada do planeta mas deixou de ser vista abruptamente, quando era habitual milhares deste animais se reunirem na época do acasalamento. Demorou apenas 5 anos a deixar de ser vista completamente.   TOPO

Moa
Reconstrução de uma Moa

Provando que o problema da intervenção humana sobre os ecossistemas e organismos não é coisa recente, estas aves da Nova Zelândia, extintas há cerca de 300 anos, sofreram com a colonização das ilhas pelos primeiros povos indonésios que lá se estabeleceram. 

São reconhecidas 15 espécies, cujo tamanho variava entre o de um peru a aves com mais de 3 metros de altura. No entanto, nenhuma destas espécies era voadora, alimentando-se de frutos e folhas. A destruição de extensas áreas de floresta pelos colonos, a caça intensiva e a recolha de ovos levaram ao seu rápido desaparecimento. TOPO

Cabra-montês dos Pirinéus

Capra pyrenaica

Cabra-montês dos Pirinéus

Esta espécie de cabra selvagem ainda conserva parentes em outras partes do mundo, como Israel, mas nos Pirinéus e por ironia do destino, a última foi morta pela queda de uma árvore no Parque Natural de Ordesa em Espanha em Janeiro de 2000. 

A subespécie que vivia em Portugal nas terras altas já se encontrava extinta desde 1892. A inevitável caça excessiva e redução de habitat nunca permitiram que estes animais outrora abundantes em toda a península ultrapassassem os 40 indivíduos durante o século XX. Em 1973 foram declarados espécie protegida em Espanha mas parece ter sido tarde demais. 

Foram já considerados o primeiro grande falhanço conservacionista do século XXI.  TOPO

Arau gigante

Pinguinus impennis

Arau gigante empalhado de uma colecção de museu

Esta ave com cerca de 75 cm de altura, era a única da família as tordas que não voava. Devido à atrofia das suas asas, dorso escuro com ventre branco e postura erecta ficou conhecida como pinguim do norte ou (no nosso país) grande pinguim espanhol, embora não tenha qualquer relação com estas aves do hemisfério sul. 

Esta ave marinha era muito comum em zonas rochosas de ilhas e costas desde o círculo polar Árctico até zonas tão a sul como às costas da Florida ou Espanha e Portugal. 

A matança iniciou-se com a caça para a utilização da carne e continuou para a recolha de penas e gordura. Há medida que se tornavam mais raras, começou um comércio rentável de recolha de penas e ovos para coleccionadores.  

O último casal com um ovo foi morto na Islândia em 1844, restando actualmente apenas alguns exemplares embalsamados em museus.  TOPO

Foca Monge das Caraíbas

Monachus tropicalis

Foca monge das Caraíbas, foto tirada em 1910

Conhecida da ciência desde o tempo de Colombo, os seus verdadeiros problemas começaram com a chegada dos espanhóis ao Novo Mundo.

Principalmente devido à sua alegada influência negativa nas pescas, foram dizimadas sem piedade, tornando-se raras desde 1700, embora a espécie tenha sobrevivido até ao século XX. A última foca desta espécie de que existe conhecimento oficial foi morta ao largo da Flórida em 1922. 

Outras focas monge correm risco semelhante, encontrando-se criticamente ameaçadas, nomeadamente as Foca Monge do Mediterrâneo e do Hawai, igualmente perseguidas pelos pescadores.  TOPO

Vaca do Mar de Steller

Hydrodamalis gigas

Vaca do mar de Steller, para não variar, embalsamada num museu ...

Este animal era o maior da família em que se incluem os dugongues e os manatins, igualmente criticamente ameaçados na actualidade, mas o seu destino ficou traçado bem antes, por volta de 1768. 

Este mamífero marinho tinha uma área de distribuição desde o Japão à Califórnia, em todo o anel do Pacífico mas a caça das tribos nativas reduziu o seu habitat á Groenlândia e Ilhas Aleutas, onde em 1748 já seria raro, quando os exploradores americanos chegaram. Foi então caçado até à extinção pela sua carne e pele.   TOPO

Pardal escuro da Florida
Pardal escuro da Florida

Este animal representa um dos casos melhor estudados de extinções recentes na América do Norte. 

Esta ave era particularmente abundante na costa este da Florida, fazendo os ninhos nos tufos de erva Spartina junto à costa. O local de nidificação era cuidadosamente escolhido a cerca de 4 metros acima do nível do mar, evitando locais sujeitos a cheia ou demasiado secos para o crescimento da erva. 

O pardal extinguiu-se exclusivamente devido à perda de habitat, pois em 1963 um programa de controlo de mosquitos em redor do Centro Espacial Kennedy levou à inundação das zonas húmidas, sem qualquer estudo de impacto ambiental para a vida local. 

Após a sua extinção neste local foi descoberta uma última população noutro local da Florida mas a pressão humana uma vez mais venceu, essa zona húmida foi drenada para a construção de uma auto-estrada de ligação ao Disney World e empreendimentos imobiliários, nos anos 70. 

Novos estudos e preocupações ambientais levaram a uma parcial reinundação da área e reintrodução da espécie com animais resultantes de reprodução em cativeiro mas era já muito tarde para os pardais... apenas 7 animais foram localizados na natureza e eram todos macho. O último pardal da Florida morreu em cativeiro em 1987.      TOPO

Temas relacionados:

Extinção   Impacto humano   Organizações conservacionistas

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